Há alguns anos, o tema sustentabilidade veio à tona, especialmente nas empresas. No entanto, ainda há muitas dúvidas com relação à coleta de resíduos industriais — e essa questão ambiental deve ser bem trabalhada.
O objetivo é que a gestão da coleta seja direcionada de modo adequado, tanto na reciclagem, quanto no tratamento ou disposição final dos resíduos.
Assim, é possível adequar as práticas ao que é exigido por lei e trabalhar com foco na preservação do meio ambiente. Por isso, este post vai mostrar como a coleta dos resíduos industriais pode ser executada de modo adequado.
Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe!
Importância da coleta de resíduos industriais
O Brasil é um dos países que mais gera lixo todos os anos no mundo. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (ABRELPE), divulgados pelo site da BW Expo — evento internacional do setor —, indicam que o país apresentou um aumento na produção de rejeitos.
Entre 2014 e 2015 passou de 78,6 para 79,9 milhões de toneladas, uma elevação de 1,7%.
Para ter uma ideia da quantidade, entre 2005 e 2015, o crescimento na produção de resíduos chegou a 26%.
A gestão desses materiais é deficiente, sendo que aproximadamente 76,5 milhões de pessoas (1/3 da população brasileira) não dão uma destinação adequada ao lixo.
Nesse cenário, é necessária a conscientização de todos — e especialmente das empresas — para garantir a sustentabilidade e preservar o meio ambiente.
A gestão de resíduos é uma responsabilidade socioambiental das organizações, o que impacta positivamente em sua reputação e imagem perante o público.
Legislação sobre o tema
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabeleceu as regras para a coleta e transporte de resíduos industriais.
Isso foi feito na Resolução 357/2005, determinando as regras para o lançamento de efluentes, e na Resolução 430/2011, que serve como complementação à primeira e realiza a classificação dos corpos de água.
Além disso, é importante destacar a Resolução 420/2004 da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) que regulamenta o transporte de resíduos e produtos perigosos, e a NBR 13.221/2003 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que realiza a regulamentação do transporte terrestre para os resíduos — inclusive especificando os procedimentos que devem ser adotados para o encaminhamento de efluentes.
Os estados e municípios ainda podem ter especificações próprias, que devem seguir as exigências dessas normas. De modo geral, é obrigatório que o transporte seja realizado em veículos que:
- estão em bom estado de conservação e não permitem o derramamento ou vazamento de resíduos;
- oferecem proteção contra intempéries e acondicionam o resíduo de modo adequado para evitar espalhamento;
- atendem à legislação ambiental e portem a documentação relativa ao controle ambiental do órgão competente.
Boas práticas da coleta de resíduos
A boa gestão de coleta e transporte dos resíduos industriais exige que as empresas adotem algumas práticas específicas — recomendadas no mundo todo. Veja quais são elas a seguir:
1. Elabore um Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGRS)
O PGRS é um documento técnico que faz parte do processo de licença ambiental — necessário para começar a operar. Ele indica a capacidade que o empreendimento possui de gerenciar os resíduos de modo correto e, por isso, garante mais segurança no controle dos processos.
Alguns benefícios conquistados com essa prática são:
- redução na geração de resíduos na fonte;
- diminuição da poluição ambiental;
- menos impacto negativo na saúde pública;
- menor desequilíbrio da fauna e da flora.
Portanto, vale a pena manter o PGRS sempre atualizado e revisá-lo com frequência. Mais do que isso: é necessário seguir suas diretrizes para garantir que tudo esteja de acordo.
2. Classifique os resíduos
A coleta e o transporte são atividades que dependem da classificação dos resíduos. Caso contrário, não são executadas de modo eficiente. As categorias são divididas da seguinte forma:
- classe 1: perigosos (contaminantes e tóxicos);
- classe 2: não inertes (potencialmente contaminantes);
- classe 3: inertes (não são contaminantes).
Essas classificações também são usadas para dar a destinação específica do lixo e indicam, por exemplo, se ele pode ser reciclado ou se precisa passar por alguma ação especial para descontaminação.
3. Tenha uma logística apropriada
A logística reversa trabalha bem o conceito da coleta de resíduos industriais. Nesse caso, a ideia é que o consumidor devolva os rejeitos para a empresa, que fará a destinação correta. Estão enquadrados nessa situação diversos produtos, como pilhas, materiais hospitalares e eletrônicos em geral.
Para ter mais sucesso nessa ação, portanto, é imprescindível avaliar os itens com os quais a sua empresa trabalha e adotar uma logística adequada.
4. Assegure níveis de risco adequados ao trabalhador
O trabalhador que atua diretamente com os resíduos industriais deve ser bem equipado para se proteger dos riscos aos quais está submetido, como o de contaminação.
Exige-se a adoção de equipamentos de proteção individual (EPIs) e quaisquer outros mecanismos que assegurem a segurança do trabalhador.
Por exemplo: o trabalho com amônia é perigoso e exige técnicas adequadas para evitar a exposição à substância. Há regras que regulamentam essa questão e devem ser rigorosamente cumpridas.
5. Faça o descarte no local adequado
Para evitar maiores problemas, os resíduos devem ser armazenados e descartados de maneira correta.
No caso da armazenagem, é necessário observar as regras da NBR 12.235/1992, relacionada à estocagem de rejeitos perigosos. As movimentações desses resíduos também devem ser devidamente registradas, especificando o tipo, a quantidade e o encaminhamento a ser dado.
Já em relação à coleta, é necessário fazer o transporte em veículo apropriado e o motorista deve ter capacitação em Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP). Motorista e coletores também devem ser treinados para fazer atendimento em emergências.
6. Esteja em conformidade com a legislação
As legislações ambientais e as normas relativas à coleta e ao descarte de resíduos sólidos devem ser seguidas à risca, independentemente de serem de âmbito municipal, federal ou estadual. Para fazer um bom trabalho e cumprir a responsabilidade socioambiental da empresa, é preciso estar atento às regulamentações.
Como você pôde perceber, esse processo de coletar resíduos industriais é complexo e exige know-how, treinamentos e capacitações. É por isso que você deve contar com empresas especializadas, como a Morhena, para realizar esse trabalho com qualidade e sem riscos.
Agora que você já sabe como funciona a coleta de resíduos industriais, que tal aplicar essa ideia no seu negócio? Aproveite e assine a nossa newsletter para receber dicas como estas diretamente em seu e-mail.